Negação ou medo excessivo podem gerar problemas no mesmo nível; entenda a importância de equilibrar os sentimentos para evitar danos físicos e mentais

Com o isolamento social e a pandemia de Covid-19, pessoas de todo o mundo estão sofrendo com as emoções à flor da pele. Para alguns, o medo e a ansiedade tomam conta desse período. Enquanto isso, uma parcela da população vive em negação e minimiza a doença e as consequências do vírus para a sociedade. Quando se trata da saúde mental e física, os dois lados podem prejudicar a si mesmos e ao próximo.

Ana Paula Imbuzeiro, psicóloga e especialista em neuropsicologia, explica que cada pessoa recebe um gatilho diferente em momentos de incerteza. “O nosso cérebro manda diferentes sinais ao corpo e eles funcionam como mecanismos de defesa. Para alguns, essa defesa se resume no cuidado excessivo que pode gerar a ansiedade, o medo e o Transtorno Obsessivo Compulsivo. Para outros, o mecanismo de defesa está na negação da realidade, buscando justificativas para minimizar qualquer tipo de risco. Em meio a uma pandemia, as duas situações extremas causam danos, já que tratamos do bem coletivo e daqueles que amamos”, esclarece.

A especialista acrescenta que por um lado, pessoas que se cuidam excessivamente desenvolvem diversos transtornos psicológicos. Por outro, quem nega a gravidade da pandemia e não segue as orientações indicadas por especialistas pode correr riscos físicos e prejudicar todos ao redor.

Aceitação

Para controlar as duas situações, Ana Paula orienta que é necessário estimular a aceitação sobre os fatos. “Tanto para quem vive em negação, quanto para quem está aterrorizado, é necessário entender de verdade o que está acontecendo e buscar o equilíbrio no que está recebendo”, acrescenta.

A psicóloga recomenda que além de buscar ajuda profissional nesse tipo de caso, é importante também buscar informação de qualidade e filtrar corretamente a maneira como cada um lida com a doença. “Entender o que se passa e se informar adequadamente é importante. Quando agimos por impulso, levando em consideração opiniões pré-formadas, muitas coisas ficam incompletas no cérebro e, consequentemente, a reação de cada um se torna exagerada para o lado que mais convém”, acrescenta.

Fonte: Ana Paula Ribeiro Imbuzeiro, psicóloga, especialista em neuropsicologia, neurofeedback.


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