Sobrecarga emocional é um dos principais agravantes da doença, alerta especialista; 3% da população brasileira é acometida pelo transtorno

A fibromialgia é uma das principais causadoras de dores crônicas e atinge cerca de 3% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). Ainda não se sabe o motivo exato da doença e ela pode nascer de situações diferentes. Entre as principais causas relatadas, o fator psicológico tem grande destaque. Além disso, esse ponto também é o principal motivo da piora dos sintomas.

Flávia Nascimento, médica da área da reumatologia e da dor, explica que não existe uma razão física comprovada para a fibromialgia. Porém, a maioria dos casos acontece após um trauma psicológico forte. “A fibromialgia ocorre em indivíduos que possuem maior sensibilidade a dor e quando a carga emocional fica muito sobrecarregada a doença tem início”, explica.

De acordo com a médica, a doença é caracterizada pelo excesso de dor em todos os aspectos do organismo. “Consideramos essa uma das doenças mais incômodas para a população, pois ela afeta todo o corpo. As dores podem atingir diversas regiões e, até mesmo, exacerbar as dores de outras doenças crônicas, como a artrose, por exemplo. Além disso, há uma estreita relação com a depressão. Por isso, quando não diagnosticada corretamente, o paciente perde totalmente a qualidade de vida, alerta.

Flávia ressalta a necessidade de buscar informação e conscientizar sobre os riscos desse transtorno. “Infelizmente, quem é acometido pela fibromialgia ainda é vítima de preconceito, porque em muitos casos, quem não entende o problema imagina que é exagero ou vontade de chamar a atenção. Porém, quem tem muita sensibilidade a dor pode realmente sofrer muito com situações consideradas simples por outras pessoas. Então, é necessário ficar atento ao próprio corpo e entender quando alguém relata os sintomas, pois a desinformação pode levar a falta de diagnóstico e tratamento adequado”, diz.

Ao entender corretamente pelo que está passando, o tratamento é o responsável pelo controle da fibromialgia e pelo retorno da qualidade de vida do paciente. “O tratamento pode variar para cada caso, por isso a avaliação médica é muito importante. Geralmente, é necessário entrar com a rotina de medicação e exercícios físicos adequados para a necessidade cada paciente”, esclarece.

Quarentena

Exatamente pelo fator psicológico ser um ponto crucial entre as causas e sintomas da fibromialgia, o estresse, a ansiedade e tensão de qualquer tipo podem ser gatilhos para a doença. Por isso, durante a quarentena, os casos podem crescer ou agravar. “Muitas pessoas estão passando por diversos conflitos psicológicos nesse momento. Além disso, com todo mundo mais tempo em casa, o sedentarismo também é um vilão. Portanto, fique atento aos sinais, mantenha as atividades físicas em casa e não hesite em buscar ajuda médica especializada caso sinta algum sintoma”, recomenda.

Fonte: Flávia Nascimento, médica da área de reumatologia e dor. Formada em Reumatologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e pós graduanda em dor pelo Einstein. Atua na área há 7 anos.


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