Dr. João Pedro Junqueira – Foto: Leo Horta.
Distúrbio acomete mulheres abaixo dos 40 anos e causa infertilidade
Toda mulher tem uma quantidade limitada de óvulos. Ainda na barriga da mãe, possui em torno de seis a sete milhões de folículos. Ao nascer, esse número cai para cerca de dois milhões e na primeira menstruação reduz para aproximadamente quinhentos mil. Como essa produção não se renova ao longo da vida, por volta dos 35 anos a quantidade de óvulos é bem menor e, dos 40 anos em diante, essa reserva declina ainda mais, até chegar à menopausa. No entanto, o organismo de algumas mulheres não segue esse percurso natural e, antes da idade esperada, são acometidas pela chamada Insuficiência Ovariana Prematura (IOP).
De acordo com o Dr. João Pedro Junqueira Caetano, ginecologista e especialista em reprodução assistida da Clínica Pró-Criar, a Insuficiência Ovariana Prematura ocorre quando os óvulos se esgotam ou estão próximos de um esgotamento em mulheres abaixo dos 40 anos.
Nos parágrafos seguintes, o especialista explica as causas, sintomas, tratamentos e consequências da doença.
Principais causas
Embora na maior parte dos casos a IOP seja idiopática, ou seja, se manifesta espontaneamente, sem justificativa conhecida, em certas pacientes é possível diagnosticar algumas causas, entre elas: genética; doenças autoimunes; infecções virais como caxumba, varicela e rubéola; intervenções cirúrgicas, como a retirada dos ovários em decorrência de alguma doença maligna; quimioterapia e radioterapia.
É muito importante que as mulheres que têm mães ou irmãs com esse diagnóstico fiquem atentas, pois existe uma chance maior de o problema ter origem genética e se repetir na família.
Sintomas
Entre as adolescentes, os sintomas físicos mais comuns são a falta de desenvolvimento dos seios e a ausência dos períodos menstruais. De modo geral, outros sintomas incluem ressecamento vaginal, ondas de calor, insônia, propensão para vaginites e cistite, diminuição da libido, tristeza e alteração de humor.
Diagnóstico e tratamentos
A IOP pode ser diagnosticada principalmente pela história clínica complementada por testes hormonais, sendo os mais comuns a dosagem de FSH e de Hormônio Anti-Mülleriano. Para saber se há causas genéticas ou outras associações de doenças, são feitos exames de sangue.
Quanto ao tratamento, não existe nenhum que reverta a falência ovariana, e as terapias hormonais (estrogênios) e não hormonais são usadas para tratar os sintomas. O mais indicado é conversar com um médico para que ele indique as melhores formas, de acordo com cada circunstância. Há que se ressaltar que em alguns casos, em cerca de 5% a 10% das pacientes abaixo dos 30 anos, a IOP é revertida espontaneamente.
Infertilidade
Além de estarem mais propensas a desenvolverem doenças cardíacas e osteoporose, a maior complicação para mulheres diagnosticadas com Insuficiência Ovariana Prematura é a infertilidade, uma vez que os ovários param de funcionar. Para as pacientes que têm essa condição e desejam engravidar, uma opção é recorrer a uma Fertilização in vitro com doação de óvulos.
É necessário ter cuidados com doenças ou estados que possam causar danos ovarianos, pois eles, infelizmente, são irreversíveis. Ao notar alguns dos sintomas citados, é importante consultar imediatamente um especialista.
Sobre a Pró-Criar
A Pró-Criar, especializada em reprodução assistida, está completando 21 anos de atuação. A clínica tem como objetivo primordial aliar procedimentos técnicos a um atendimento acolhedor àqueles que buscam tratamento de fertilidade. Fundada pelo Dr. João Pedro Junqueira Caetano, especialista em Reprodução Assistida pela AMB, em fevereiro de 1999, a Pró-Criar é formada por uma equipe multidisciplinar de ginecologistas, urologista, embriologistas, psicólogos, e enfermeiras com larga experiência em todas as áreas da reprodução humana. Em fevereiro de 2018 passou a integrar o Grupo Huntington de Medicina Reprodutiva.
atualizado em 23/09/2020 - 14:30