O agravamento das tensões entre Rússia e Ucrânia não desanimou os investidores nesta terça-feira (22). O dólar caiu pela terceira vez seguida e atingiu a menor cotação em quase oito meses. A bolsa de valores subiu e recuperou-se parcialmente da queda dos últimos dias, num dia de ajustes no mercado.

O dólar comercial fechou esta terça-feira vendido a R$ 5,052, com recuo de R$ 0,055 (-1,07%). A moeda operou em queda durante toda a sessão, fechando próxima dos níveis mínimos observados no dia.

A cotação está no menor valor desde 2 de julho do ano passado, quando tinha sido vendida a R$ 5,053. A divisa acumula queda de 4,78% em fevereiro e de 9,39% em 2022.

No mercado de ações, o dia foi marcado pela recuperação. Após três quedas consecutivas, o índice Ibovespa, da B3, subiu 1,04% e fechou aos 112.892 pontos. O indicador acumula alta de 0,67% no mês e de 7,7% no ano.

A instabilidade no leste europeu, que nos últimos dias fez tremer os mercados financeiros em todo o planeta, hoje beneficiou os países emergentes e exportadores de commodities (bens primários com cotação internacional). Isso porque os fluxos globais se voltaram para países que vendem produtos agrícolas e minérios, beneficiados com altas recentes de preços. Até o rublo (moeda russa) valorizou-se 1,9% perante o dólar nesta terça. No caso da bolsa de valores, as quedas dos últimos dias tornaram alguns papéis baratos, impulsionando a compra de ações.

No Brasil, outro fator contribuiu para a queda do dólar e a alta da bolsa. Os juros altos estão estimulando a entrada de capitais financeiros no país, atraídos pela alta remuneração na comparação com os juros nas economias avançadas. A taxa Selic (juros básicos da economia) atualmente está em 10,75% ao ano, no maior nível desde julho de 2017. Neste ano, o real apresenta o melhor desempenho entre as principais moedas do planeta. Em seguida, vêm o peso chileno, que se valorizou 7,6% em 2022.

*Com informações da Reuters

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