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A Polícia Militar de São Paulo afastou das atividades operacionais seis policiais que carregaram um homem com os pés e as mãos amarrados por uma corda. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o homem foi preso em flagrante por furto em um supermercado da Vila Mariana.

O vídeo da abordagem, que circula em redes sociais, mostra o homem com as mãos amarradas aos pés, de forma que não conseguisse andar, sendo carregado por dois policiais militares (PMs). Os agentes carregam o rapaz segurando-o pela corda e pela camiseta. Ainda amarrado, ele é colocado no porta-malas de uma viatura.

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Segundo a SSP, foi instaurado inquérito para apurar as circunstâncias relativas às ações dos agentes envolvidos no episódio. A secretaria informou que o afastamento preventivo dos policiais se deu porque “as ações estão em desacordo com os procedimentos operacionais padrão da instituição”. As imagens registradas pelas câmeras operacionais portáteis usadas pelos policiais foram inseridas como prova nos autos do inquérito.

O padre Júlio Lancelotti, da Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, disse que esta não é uma ação isolada. “É uma ação permanente, contínua, recorrente da Polícia Militar. É assim que a Polícia Militar trata pobres e negros”, destacou o padre, que exerce trabalho pastoral com moradores de rua e menores abandonados.

Ele ressaltou que se trata de uma prática comum, que sempre existiu e é uma forma sistemática de ação, mas que, desta vez, foi filmada, registrada dentro de uma UPA (unidade de pronto atendimento. “É isso que temos visto: os pobres, os negros são tratados com crueldade, como se estivéssemos ainda no período da escravização.”

A Secretaria de Segurança Pública informou que o autor das imagens foi levado até a delegacia, onde questionou o procedimento adotado pelos PMs e foi registrado como parte no registro da ocorrência no 27º DP. “A autoridade policial solicitou as imagens gravadas pelo celular da parte e [as] anexará na investigação”, acrescentou.

Questionada sobre a passagem do homem pela unidade de pronto atendimento, a prefeitura de São Paulo informou ter solicitado das autoridades “a completa investigação dos fatos nos termos da legislação em vigor”. A prefeitura não informou se homem chegou a ser atendido na unidade, nem se algum funcionário chamou a Polícia Militar.

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