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Esta quinta-feira (22) é o terceiro dia de julgamento pela Justiça do Ceará dos primeiros quatro acusados da Chacina do Curió ou Chacina de Messejana, na qual 11 pessoas foram assassinadas em novembro de 2015 em Fortaleza. A abertura dos trabalhos ocorreu por volta das 9h e estão previstos os depoimentos dos depoimentos dos acusados: Antônio José de Abreu Vidal Filho, Ideraldo Amâncio, Marcus Vinícius Sousa da Costa e Wellington Veras Chagas.

Os depoimentos começaram pelo réu Antônio José de Abreu Vidal Filho, que falou com os juízes por meio de videoconferência. Por orientação da defesa Vidal Filho optou por não responder às perguntas do Ministério Público. As defesas dos demais acusados informaram que não tinham interesse em fazer questionamentos. Com isso, a defesa de Vidal Filho foi a única a realizar as perguntas.

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O segundo acusado, Marcus Vinícius Sousa da Costa, depôs na sequência e respondeu aos questionamentos do colegiado de juízes. Ele apelou ao direito de se manter em silêncio e também não respondeu às perguntas do Ministério Público. Como também não houve questionamentos dos advogados dos outros três acusados, Sousa da Costa respondeu somente aos questionamento de seu advogado.

Na sequência, o julgamento foi suspenso. A previsão é que ele seja concluído até o final dessa semana. Além dos quatro réus, um acusado faleceu durante a tramitação, sendo extinta a punibilidade dele, e os outros três aguardam conclusão de recursos em tribunais superiores.

Jurados

O primeiro dia de julgamento, na última terça-feira, teve início com a instalação da sessão e o sorteio dos jurados. As defesas dos acusados recusaram dez pessoas, entre os sorteados. Já o Ministério Público dispensou três. Um quarto foi dispensado justificadamente. Após o sorteio, foi formado o Conselho de Sentença com os setes jurados, que decidirão pela absolvição ou condenação dos acusados.

A sessão da terça-feira terminou com o depoimento de três vítimas e duas testemunhas de acusação ao longo da sessão, que durou 12 horas. Ontem (21), foi realizada a leitura da denúncia do Ministério Público do Ceará e concluída a fase de depoimentos de vítimas e testemunhas de acusação e testemunhas de defesa.

Crime

O processo da Chacina do Curiós tem mais de 13 mil páginas e envolve atualmente 30 policiais militares acusados de homicídios e tentativas de homicídio contra moradores do bairro. Os crimes ocorreram na noite de 11 de novembro de 2015 e madrugada do dia 12, em diferentes ruas da região da Grande Messejana. Além das 11 pessoas mortas, três sofreram tentativa de homicídio e outras quatro foram vítimas de tortura.

As ações teriam sido uma represália dos policiais militares motivada pela morte do PM Valtemberg Chaves Serpa, morto na Lagoa Redonda, em Messejana, ao tentar defender a namorada de um assalto, em novembro de 2015

Um colegiado de três juízes foi formado para o julgamento que ocorre no 1º Salão do Júri do Fórum da Comarca de Fortaleza. Em sessões previstas para agosto e setembro, mais 16 acusados devem ir a julgamento – oito em cada uma delas. Para 29 de agosto estão agendados, até o momento, 27 depoimentos, sendo sete de vítimas sobreviventes, 12 de testemunhas e o interrogatórios dos oito réus.

Depois, no dia 12 de setembro, mais oito acusados irão a julgamento, com previsão de 22 depoimentos, sendo sete de vítimas sobreviventes, sete de testemunhas e o interrogatório de outros oito réus.

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