A organização do 54º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro divulgou hoje (10) os títulos selecionados para a Mostra Competitiva Nacional e Mostra Brasília, que acontecem de 7 a 14 de dezembro deste ano. Os filmes serão exibidos de forma virtual, assim como no ano passado, em razão dos riscos da pandemia da covid-19.

Dos 985 filmes inscritos e habilitados, o festival exibirá 21 ficções e nove documentários. Foram selecionados seis longas e 12 curtas para o Troféu Candango na Mostra Competitiva Nacional, além de quatro curtas e oito longas para concorrerem na Mostra Brasília.

A programação completa e as classificações indicativas estão disponíveis em na página do festival.

As inscrições para as oficinas também já estão abertas e podem ser feitas no mesmo site até o dia 21 de novembro, com 40 vagas cada.

Todos os filmes poderão ser assistidos gratuitamente por meio da plataforma online InnSaei.TV. Os longas da Mostra Competitiva estarão no Canal Brasil, disponível nos planos de TV por assinatura Oi TV, canal 66; Sky TV, canal 113 ou 513; Claro TV, canal 150 ou 650; Vivo TV, canal 566, 806 ou 103.

A cada dia, o Canal Brasil lançará um longa da mostra às 23h30. Na sequência, à 1h30, o mesmo longa estreia na plataforma, ficando disponível até as 23h29 do mesmo dia.

As votações do Júri Popular estarão disponíveis exclusivamente na plataforma InnSaei.TV. O campo de votação aparecerá como uma caixa pop-up logo após a exibição do filme na íntegra.

Esta edição do festival oferece um Troféu Candango Especial pelo reconhecimento da obra de Léa Garcia, atriz carioca que atuou no teatro e cinema brasileiros. O festival homenageia também a professora Lucília Marquez e os atores Lauro Montana, Luiz Gustavo, Tarcísio Meira, Paulo José e Paulo Gustavo.

Com o tema “O cinema do futuro e o futuro do cinema”, o festival terá maratona de filmes, debates, masterclasses, oficinas, encontros setoriais e ambiente de mercado. A curadoria é de Sílvio Tendler e Tânia Montoro, que contaram com apoio de uma comissão para seleção das obras.

O evento é realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) do Distrito Federal, em parceria com a Associação Amigos do Futuro.

Mostra Competitiva

A seleção de longas da Mostra Competitiva traz quatro ficções e dois documentários da Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Alice dos Anjos (BA), de Daniel Leite Almeida, leva as fantasias de “Alice no país das maravilhas” à paisagem do sertão baiano; Lavra (MG), de Lucas Bambozzi, expõe as feridas da devastação ambiental percorrendo os caminhos da lama tóxica e criminosa que devasta cidades inteiras; Acaso (DF), de Luis Jungmann Girafa, traz o estilo on the road à famosa Via W3 de Brasília, celebrando a casualidade das grandes cidades.

Ela e eu (SP), de Gustavo Rosa de Moura, fala sobre a adaptabilidade do ser humano a eventos inesperados, tendo Andrea Beltrão como protagonista; De onde viemos, para onde vamos (GO), de Rochane Torres, registra tradição e modernidade no dia a dia do povo indígena Iny; e Saudade do Futuro (RJ), de Anna Azevedo, é uma ode à saudade – palavra tão característica da língua portuguesa – filmada entre Brasil, Cabo Verde e Portugal.

Entre os curtas nacionais, figuram cinco obras de São Paulo, duas do Distrito Federal e produções da Paraíba, Amazonas, Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco, sendo nove ficções e três documentários. Ocupagem (SP), de Joel Pizzini, retrata o encontro do escritor Julián Funks com as líderes do movimento sem teto Carmem Silva e Preta Ferreira; Terra Nova (AM) é uma ficção sobre uma atriz de teatro solicitando seu auxílio emergencial; Filhos da Periferia (DF), de Arthur Gonzaga, debate juventude e violência em contextos periféricos.

Chão de Fábrica (SP), de Nika Kopko, é uma produção 100% feminina que retrata o cotidiano de quatro operárias em seu convívio no banheiro feminino; Deus me Livre (PR), de Carlos Henrique de Oliveira e Luis Ansorena, retrata a dura vida de coveiros no cemitério Vila Formosa – que mais enterrou vítimas da covid-19 no Brasil; Adão, Eva e o Fruto Proibido (PB), de R.B. Lima marca o reencontro de uma mulher trans e seu filho adolescente, separados no nascimento.

Como respirar fora d'água (SP), de Júlia Fávero e Victoria Negreiros, reflete sobre conflitos no convívio de uma jovem negra e lésbica com a Polícia Militar, dentro e fora de casa; Cantareira (SP), de Rodrigo Ribeyro, expõe os paradoxos da metrópole e natureza; Sayonara (SP), de Chris Tex, trata de traumas violentos e vingança; Era uma vez… Princesa (RS), de Lisiane Cohen, sai em busca de sentidos diante da ausência de vida numa relação familiar; e Da boca da noite à barra do dia (PE), de Tiago Delácio, documenta a tradição do cavalo marinho na Zona da Mata pernambucana.

Mostra Brasília

Os títulos da Mostra Brasília apresentam uma produção local, com jovens e veteranos realizadores concorrendo. Na abertura da mostra – em homenagem à Tânia Quaresma, cineasta que morreu em julho deste ano -, o público assiste a Caçadores de História (2016), documentário que retrata a realidade das catadoras e catadores de materiais recicláveis do Brasil.

Entre os longas selecionados para a mostra local estão o documentário Mestre de Cena, de João Inácio; e as ficções Acaso, de Luis Jungmann Girafa (selecionado também para a mostra nacional); Noctiluzes, de Jimi Figueiredo e Sérgio Sartório; e Advento de Maria, de Vinícius Machado.

Entre os curtas que competem na Mostra Brasília estão quatro ficções e quatro documentários, sendo eles: Tempo de Derruba, de Gabriela Daldegan; Tinhosa, de Rafael Cardim Bernardes; Filhos da Periferia, de Arthur Gonzaga (selecionado também para a mostra nacional); Cavalo Marinho, de Gustavo Serrate; Benevolentes, de Thiago Nunes; Ele tem saudade, de João Campos; A Casa do Caminho, de Renan Montenegro; e Vírus, de Larissa Mauro e Joy Ballard.

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