Autores internacionais de renome participarão da 20ª Bienal do Livro Rio, considerado o maior festival literário do país. O evento acontecerá de 3 a 12 de dezembro próximo, no Centro de Convenções Riocentro, situado na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense, e terá 50% da capacidade presencial, além de transmissão online pelo site.

Um dos escritores estrangeiros convidados é o português Valter Hugo Mãe. Ele acaba de lançar, em Portugal, seu oitavo romance, intitulado As Doenças do Brasil. Trata-se de uma história de aventura, resistência e busca pela paz. O escritor participará de uma sessão na mesa A nação na língua, que falará sobre literatura e diversidade.

A Bienal Rio marcará a chegada ao Brasil da escritora argentina Mariana Enriquez, que lançou recentemente o romance Nossa parte de noite. A obra já está sendo comparada por críticos ao livro Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez.

Outro autor confirmado é o mestre japonês dos mangás Junji Ito, especialista em histórias de horror. Como a Bienal do Livro adotará um modelo híbrido a partir deste ano, ele participará online, o mesmo ocorrendo com o autor norte-americano de suspense e histórias em quadrinhos, Matt Ruff. Uma das obras de Ruff, intitulada Lovecraft Country, foi adaptada pela HBO para uma série de televisão.

Participarão ainda da Bienal a escritora de romances de época Julia Quinn, autora da série Bridgerton, lançada pela Netflix; a autora norte-americana de romances históricos e contemporâneos Beverly Jenkins; e Josh Malerman, o autor de Bird Box (“Caixa de Pássaros”), filme adaptado com Sandra Bullock. Malerman comparece à Bienal do Rio pelo segundo ano consecutivo.

Todas as mesas de debates serão transmitidas pelo hub (centro) de conteúdo da Bienal.

Diversidade

Livros
Livros

Marcello Casal jr/Agência Brasil

A Bienal do Livro do Rio é realizada pela multinacional francesa GL events, em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do SNEL, Marcos da Veiga Pereira, informou que o coletivo curador, novidade da edição deste ano, “se empenhou em desenhar uma programação comprometida com a diversidade, abordando múltiplas narrativas e perspectivas sobre assuntos que contemplam os diferentes públicos que visitam a Bienal. O estímulo ao debate e à pluralidade de vozes é tão vital ao nosso evento quanto à cidadania, numa perspectiva nacional”.

Pereira salientou que o super time de autores nacionais e internacionais que vai participar da Bienal, presencial e virtualmente, dará esse tom híbrido ao evento, em termos de formato e também de trocas de ideias. “Ao final de cada dia, o visitante terá usufruído do melhor conteúdo de literatura e cultura pop do mundo”.

Para o mercado editorial brasileiro, o presidente do SNEL observou que é muito significativo que um evento que celebra o livro e a leitura seja o pioneiro na retomada de encontros de grande porte no Rio de Janeiro. Lembrou que desde 2015, o setor editorial enfrenta uma sequência de notícias negativas. Estudos mostram que durante a pandemia houve um aumento no hábito da leitura e um estreitamento de laços das pessoas com os livros.

“Então, poder aproveitar e festejar este momento durante a Bienal é formidável! Para as editoras, o evento sempre trouxe uma exposição extraordinária para as obras e uma troca direta com o público, que é um dos grandes diferenciais para quem trabalha com livros. Temos grande expectativa de que a Bienal deste ano expanda ainda mais a visibilidade e o aquecimento das vendas que acontece de forma singular durante o evento”, concluiu Marcos Pereira.

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