Apesar da turbulência no mercado internacional, o dólar fechou praticamente estável, após encostar em R$ 5,20 no fim da manhã. O destaque foi o euro, que passou a valer menos que a moeda norte-americana pela primeira vez em 20 anos. A bolsa de valores também caiu, puxada pela instabilidade nos Estados Unidos.

O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (22) vendido a R$ 5,167, com recuo de apenas 0,03%. A cotação iniciou o dia em alta, chegando a R$ 5,20 por diversas vezes entre as 11h e as 12h. A partir do início da tarde, a moeda desacelerou, beneficiada pela recuperação das commoditites (bens primários com cotação internacional) e pelos juros altos nos países emergentes.

O euro comercial recuou ao longo de todo o dia e fechou a R$ 5,138, com queda de 0,98%. Desde 2002, ano de sua criação, a moeda não ficava abaixo do dólar. O euro foi afetado pelo agravamento da crise energética na Europa, que traz a ameaça de recessão ao continente. Em caso de retração econômica, o Banco Central Europeu teria pouca margem de manobra para elevar os juros, diferentemente do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano).

No mercado de ações, o dia também foi marcado pela turbulência. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 110.501 pontos, com queda de 0,89%. No início das negociações, o indicador chegou a cair abaixo dos 110 mil pontos. No entanto, a entrada de alguns fluxos de capitais estrangeiros e a divulgação de lucros de empresas varejistas diminuíram o ritmo de queda.

Nesta semana, o mercado financeiro global está sob a expectativa do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira (26) no encontro anual de presidentes de bancos centrais em Jackson Hole, nos Estados Unidos. Os investidores esperam pistas sobre o ritmo de aumento dos juros básicos na próxima reunião do Fed.

Na ata do último encontro, divulgada na semana passada, o Fed informou que manterá os juros altos nos Estados Unidos enquanto a inflação estiver elevada. Isso trouxe dúvidas se o órgão elevará os juros em 0,5 ponto ou 0,75 ponto percentual na próxima reunião. Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de recursos de países emergentes, como o Brasil.

*Com informações da Reuters

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