Para aumentar as oportunidades para jovens desempregados, projeto idealizado por rapazes do Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, no centro do Rio, financiará dez ideias de empreendedorismo em comunidades cariocas para outros jovens em igual situação. Arthur Felizardo, de 26 anos, e Hugo Sabino, de 25 anos, criaram o Favela Empreendedora, em parceria com a Prudential do Brasil e BrazilFoundation.
Os dois rapazes fazem parte da rede do Programa Jovens Construtores, implementada no Brasil pelo Centro de Promoção e Saúde (Cedaps). O edital é voltado exclusivamente aos graduados do próprio programa.
Os projetos selecionados receberão R$ 1 mil cada. O valor será repassado ao fim da formação de quatro semanas, na qual haverá a presença de convidados e especialistas que debaterão temas como marketing pessoal e digital, regularização do negócio, micro empresas individuais, educação financeira e experiência potente de empreendedores comunitários de sucesso.
O Jovens Construtores é desenvolvido pelo Cedaps no Brasil desde 2009. É uma tecnologia social voltada à formação de jovens, de 17 a 25 anos, originalmente concebida pela organização YouthBuild. O objetivo é contribuir para o crescimento pessoal e profissional de moradores de favelas e periferias, associada à mobilização e ao desenvolvimento de famílias, organizações e comunidades.
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Arthur e Hugo participaram da edição de 2015, na comunidade em que vivem. Desde então, passaram por vários processos dentro do Cedaps e, hoje, integram a equipe técnica. Os dois participaram em 2021 do projeto Global Equity Fellowship, do YouthBuild Internacional, e se juntaram a outros jovens do programa da África do Sul, Canadá e Colômbia para discutir, de forma online, sobre diversas temáticas. Eles participaram de oficinas.
“No fim, recebemos um recurso para desenvolvimento de ações e criamos o Favela Empreendedora. A inserção no mercado de trabalho é um grande desafio para os nossos jovens e o empreendedorismo acaba sendo uma alternativa”, disse, em nota, Arthur Felizardo, que hoje é formado em gestão comercial e com MBA em gestão estratégica
Para Hugo Sabino, muitos jovens de comunidades entram para o empreendedorismo como uma forma de sobrevivência. “Faltam oportunidades e, para não ficar sem renda ou não ter o que comer, são obrigados a atuar dessa forma, seja como fotógrafo, segurança de festas ou outros recursos que vão encontrando. Por isso, eu e o Arthur tivemos a ideia do edital, mas não queríamos nada de curto prazo, e sim algo que tivesse um processo pedagógico para quem fosse contemplado com esse fundo semente e com oficinas temáticas para agregar a sua ideia empreendedora”, disse ele, que hoje cursa a faculdade de jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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