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A Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) se reuniu nesta quinta-feira (26) para discutir o conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla a região da Faixa de Gaza. A Assembleia Geral, momento em que representantes de 193 países se reúnem, avalia uma resolução que pede um “cessar-fogo imediato” em Gaza. A reunião deve continuar até sexta-feira (27).

Depois de vários impasses no Conselho de Segurança da ONU, países que apoiam o fim da guerra no Oriente Médio convocaram uma reunião de emergência da Assembleia Geral para tentar fechar um acordo de cessar fogo.

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Enquanto no Conselho de Segurança países como Estados Unidos ou Rússia têm poder de vetar as resoluções, na Assembleia Geral basta o voto da maioria dos países para que um texto seja aprovado.

Em pronunciamento, o observador permanente da Palestina junto às Nações Unidas, Riyad Mansour, pediu o cessar fogo imediato. Emocionado, ele falou dos mais de 7 mil palestinos mortos desde o dia 7 de outubro e questionou a diferença de tratamento dado para as vítimas israelenses e as vítimas palestinas.

“Porque se sente tanta dor pela morte dos israelenses e tão pouca dor por nós, os palestinos? Qual é o problema? Nos temos a fé errada? A cor de pele errada? A nacionalidade errada? A origem errada? Como os representantes dos países podem explicar o quão horrível é a morte de mil israelenses e não sentir o mesmo pela morte de mil palestinos que estão morrendo agora, a cada dia?”.

O discurso foi interrompido várias vezes por aplausos.

Já o pronunciamento do representante de Israel, Gilad Erlan, foi no sentido oposto. Ele chamou de absurda uma resolução pelo cessar fogo e comparou o Hamas, responsável pela ação do dia 7 de outubro que resultou na morte de 1.400 israelenses, a um câncer.

“A missão de Israel é erradicar essa mal da terra. Erradicar. Hamas não pode mais existir. Nosso objetivo é a completa erradicação do Hamas e suas capacidades. E vamos usar todo o tempo que tivermos para alcançar isso. Existe apenas uma solução para curar um câncer e é extirpando cada célula cancerosa”.

O discurso foi acompanhado por uma audiência que permaneceu em silêncio todo o tempo.

O ministro das relações exteriores do Irã, Hossein Amir-Abollahian, também discursou nesta quinta-feira e ameaçou os Estados Unidos, principal aliado de Israel:

“Vou ser franco com o governo dos Estados Unidos, que estão gerindo esse genocídio na Palestina. Não consideramos bem-vinda a expansão da guerra na região. Mas eu aviso que se o genocídio em Gaza continuar, eles não serão poupados da guerra. Essa é o nosso lar e o Oriente Médio é a nossa região.

Na última quarta-feira, na reunião do Conselho de Segurança, o representante dos Estados Unidos, Antony Blinken, já tinha ameaçado o Irã a não entrar no conflito.

Mesmo que a resolução seja aprovada pela Assembleia Geral, Israel não é obrigado a seguir a recomendação da ONU. Mas a votação pode mostrar o isolamento israelense na guerra.

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